
A Uber anunciou anteriormente, ter demitido mais de 20 pessoas em decorrência de investigações sobre a conduta de seus funcionários. Na ocasião, muita gente lá dentro ficou surpresa ao notar que Eric Alexander não estava na lista. A “falha” foi corrigida na última quarta-feira, 7.
O ex-presidente de negócios na Ásia/Pacífico, Alexander está no centro de uma história obscura da companhia. O ocorrido envolve o CEO Travis Kalanick e o vice-presidente sênior Emil Michael.
Tudo começou em dezembro 2014, quando uma mulher de 26 foi estuprada por um motorista da Uber em Nova Deli, na Índia. Na época, a companhia foi duramente criticada por não realizar checagens efetivas de antecedentes entre seus colaboradores. Pois com isso, descobriu que o motorista em questão já respondia por vários outros crimes.
O motorista foi sentenciado a prisão perpétua, mas o desconforto em relação à companhia permaneceu. O clima ficou tão insustentável que o governo local proibiu suas operações, o que só foi revisto em junho de 2015.
Golpe da concorrência?
Apesar de publicamente a Uber ter se mostrado solidária, havia um grupo de altos executivos que desconfiava da história. Para eles tudo não passava de um plano conduzido pela Ola, sua principal concorrente na Ásia, para derrubá-la.
Alexander parece ter sido um dos mais proativos dentro da questão. Tanto que ele obteve os registros médicos da vítima e passou a conduzir sua própria investigação a respeito do ocorrido. Fontes do Recode disseram que o assunto era conhecido por bastante gente, e que o documento foi mostrado ao CEO, Kalanick, e a Emil Michael.
Nenhum dos três possui treinamento médico, mas isso não os impediu de julgar que a mulher estava mentindo apenas analisando o conteúdo do seu registro hospitalar. “Travis nunca deveria ter olhado para o registro e ele deveria ter demitido [Alexander] imediatamente”, disse um executivo ao Recode.
Alexander manteve posse do documento por cerca de um ano, até que outros executivos (presume-se que do departamento legal) o retiveram e destruíram. Mesmo assim, nenhum dos principais envolvidos com o assunto havia sido punido. Agora, que o Recode questionou a empresa ficou sabendo que o homem que chefiava as operações na Ásia e Pacífico não fazia mais parte do quadro de funcionários. Porém, os outros dois permanecem.



